Você já ouviu falar em marketing sensorial?

Publicado em 9 de abril de 2020
Através da estratégia do marketing sensorial, lojas apostam nos cinco sentidos humanos para ganhar mais lucros.
Veja o que revela o palestrante e especialista em marketing da True Consultoria, Wagner Campos, sobre o assunto.
Não basta ver, é preciso tocar, sentir, escutar ou experimentar.
 
Esse é o conceito do marketing aliado aos cinco sentidos – conhecido como marketing sensorial. Assim que um consumidor escuta, por exemplo, a música ambiente de uma loja ou um determinado cheiro no estabelecimento, relaciona esse sentido com o próprio produto ou local. A ideia é criar um vínculo emocional entre o produto ou serviço e o consumidor.
 
No Brasil, essa estratégia chegou a menos de dez anos e alguns varejistas já perceberam que mexer com os sentidos do cliente pode se transformar em um bom negócio. A rede de nuts glaceados Nutty Bavarian é um exemplo de empresa que tem no marketing sensorial o seu principal motivador de vendas. Em uma pesquisa realizada pela rede, 66,7% dos consumidores revelarão ser atraídos pelo cheiro das nozes, avelãs e amêndoas sendo assadas na hora.

Foto: Priscilla Fiedler

 

1 – Quais tipos de negócios são possíveis para a utilização do marketing sensorial?
Praticamente todos os tipos de lojas podem trabalhar o Marketing Sensorial. Há apenas a diferença que, dependendo de seu segmento ou estilo, poderá trabalhar um ou mais sentidos.
 
Por exemplo, qualquer estabelecimento pode trabalhar as cores e iluminação no ambiente promovendo um estímulo da visão.
 
Vários aceitam som ambiente que podem ser músicas instrumentais, rádios ou até mesmo um tipo de som que reflita uma maior harmonia (como uma cascata). Desta forma trabalhamos a audição.
 
O uso do olfato pode ser promovido pelo aroma dos alimentos, de roupas, de aromatizantes específicos para os ambientes e que se identifiquem com o estilo da loja e perfil dos clientes.
 
O tato é o mais fácil de ser estimulado através da possibilidade de aproximação e toque do produto pelo cliente.
 
Já o paladar, apesar de imaginarem que o mesmo é praticado apenas em estabelecimentos de alimentação, pode ser explorado em todos os demais segmentos através da oferta de petit fours, refrescos, sucos ou refrigerantes, algum doce etc.
 
2 – É preciso algum investimento inicial alto para utilizar essa alternativa de marketing?
Não necessariamente. Investimento sempre será necessário, porém, o mesmo poderá ser ajustado de acordo com a possibilidade, interesse e estratégia do empresário. Como citei acima, é possível trabalhar com alternativas viáveis e atrativas, sem requerer grandes investimentos. Obviamente, se uma empresa desejar investir pesadamente, poderá desenvolver uma estrutura e layout mais focado com estratégias bem direcionadas e obterá uma maior percepção dos clientes, porém salvo exceções, nem sempre grandes investimentos representarão grandes resultados. O importante é a qualidade da utilização das ferramentas de marketing sensorial.
 
3 – Como você analisa o potencial futuro do marketing sensorial? Você acredita que esse tipo de estratégia de venda pode se expandir cada vez mais?
Vejo como um grande diferencial. Há empresas, por exemplo, que desenvolveram sistemas para instalar em televisores e computadores para que quando você esteja vendo uma propaganda de alimentos, por exemplo, eles cruzam as essências respectivas para dar a sensação de você sentir o cheiro daquele alimento e desta forma aumentar o seu desejo de compra.
 
A utilização adequada das ferramentas estratégicas focadas em marketing sensorial colaboram para uma maior identificação dos clientes junto aos ambientes (visão, olfato e audição), aumentam sua permanência através da oferta de ambientes agradáveis (visão, olfato, audição), melhoram seu relacionamento e decisão de compra através da experimentação (tato ou paladar).
 
4 – Que dicas você daria para os empreendedores que querem utilizar essa ferramenta de marketing em seus negócios?
 
Utilizar as ferramentas adequadamente. A perfeita escolha da música ambiente irá tornar o ambiente mais agradável para seu público alvo. A facilidade de acesso e experimentação dos produtos pelo tato e até mesmo a climatização ambiente colaboram para um maior conforto e identificação dos clientes.
O olfato pode ser um importante fator dependendo do produto. Todos adoram comprar um carro e sentir o “cheirinho de carro novo”. Há na verdade, uma essência para aumentar este cheiro. Mas se você comprar uma roupa e tiver um cheiro muito forte do tecido ou tinta pode incomodá-lo.
 
Imagine a seguinte situação:
Um restaurante muito limpo, com móveis super harmoniosos, com seus ambientes bem distribuídos e iluminados adequadamente e com o aroma dos alimentos irá conquistar seus clientes. Quando os pratos forem serviços parecendo uma obra prima é o momento onde já criou uma grande expectativa de sabor para seu cliente, pois ele teve a opção de sentir o cheiro, ouvir músicas, utilizar os móveis, ver o ambiente e se apaixonar pelo visual do prato.
 
No entanto, quando ele experimentar o sabor e for muito mais ácido, doce, amargo, sem tempero do que ele imaginou de acordo com sua percepção inicial, será uma frustração. Logo, o marketing sensorial deve ser trabalhado individualmente, porém, quando houver a possibilidade de trabalhar em conjunto, deve-se ficar atento se não existirá um estímulo que poderá ser prejudicado pela expectativa criada por outro estímulo.
 
http://www.administradores.com.br/entrevistas/marketing/voce-ja-ouviu-falar-em-marketing-sensorial/8/

 



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